segunda-feira, 15 de junho de 2020

LITERATURA - CAMÕES E O RENASCIMENTO

     

 

CAMÕES E O RENASCIMENTO 

Quem foi Luís de Camões?
                                             Luís de Camões
                                                Luís de Camões, um dos maiores poetas portugueses

Luís Vaz de Camões (1524-1580) foi um dos mais proeminentes poetas do Renascimento em Portugal. Além de escritor, foi soldado perdendo um olho numa das batalhas. Infelizmente, Camões não teve reconhecimento que merecia durante sua vida.

Foi somente após sua morte, em 1580, que sua obra começa a chamar a atenção dos críticos. O ano de sua morte marcou o fim do Classicismo na literatura portuguesa.

Os Lusíadas de Luís de Camões

Os Lusíadas é uma das obras mais importantes da literatura de língua portuguesa e foi escrita pelo poeta português Luís Vaz de Camões e publicada em 1572.
Ela foi inspirada nas obras clássicas a “Odisseia”, de Homero, e a “Eneida”, de Virgílio. Ambas são epopeias que narram as conquistas do povo grego.

No caso dos Lusíadas, Camões narra as conquistas do povo português na época das grandes navegações.

Estrutura da Obra
Os Lusíadas é um poema épico do gênero narrativo, o qual está dividido em dez cantos.

É composta de 8816 versos decassílabos (em maioria os decassílabos heroicos: sílabas tônicas 6ª e 10ª) e 1102 estrofes de oito versos (oitavas). As rimas utilizadas são cruzadas e emparelhadas.

A obra está dividida em 5 partes, a saber:

  • Proposição: introdução da obra com apresentação do tema e dos personagens (Canto I).
  • Invocação: nessa parte o poeta invoca as ninfas do Tejo (Canto I) como inspiração.
  • Dedicatória: parte em que o poeta dedica a obra ao rei Dom Sebastião (Canto I).
  • Narração: o autor narra a viagem de Vasco da Gama e dos feitos realizados pelos personagens. (Cantos II, III, IV, V, VI, VII, VIII e IX).
  • Epílogo: conclusão da obra (Canto X).

                          Trechos da Obra

Para compreender melhor a linguagem de Os Lusíadas, confira abaixo trechos de cada canto da obra:

Canto I

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

Canto II

Já neste tempo o lúcido Planeta
Que as horas vai do dia distinguindo,
Chegava à desejada e lenta meta,
A luz celeste às gentes encobrindo;
E da casa marítima secreta he estava o Deus
Nocturno a porta abrindo,
Quando as infidas gentes se chegaram
Às naus, que pouco havia que ancoraram.

Canto III

Agora tu, Calíope, me ensina
O que contou ao Rei o ilustre Gama;
Inspira imortal canto e voz divina
Neste peito mortal, que tanto te ama.
Assi o claro inventor da Medicina,
De quem Orfeu pariste, ó linda Dama,
Nunca por Dafne, Clície ou Leucotoe,
Te negue o amor devido, como soe.

Canto IV

Despois de procelosa tempestade,
Nocturna sombra e sibilante vento,
Traz a manhã serena claridade,
Esperança de porto e salvamento;
Aparta o Sol a negra escuridade,
Removendo o temor ao pensamento:
Assi no Reino forte aconteceu
Despois que o Rei Fernando faleceu.

Canto V

Estas sentenças tais o velho honrado
Vociferando estava, quando abrimos
As asas ao sereno e sossegado
Vento, e do porto amado nos partimos.
E, como é já no mar costume usado,
A vela desfraldando, o céu ferimos,
Dizendo:- «Boa viagem!»; logo o vento                                                      Nos troncos fez o usado movimento. 

Canto VI

Não sabia em que modo festejasse
O Rei Pagão os fortes navegantes,
Pera que as amizades alcançasse
Do Rei Cristão, das gentes tão possantes.
Pesa-lhe que tão longe o apousentasse
Das Europeias terras abundantes
A ventura, que não no fez vizinho
Donde Hércules ao mar abriu o caminho.

Canto VII

Já se viam chegados junto à terra
Que desejada já de tantos fora,
Que entre as correntes Indicas se encerra
E o Ganges, que no Céu terreno mora.
Ora sus, gente forte, que na guerra
Quereis levar a palma vencedora:
Já sois chegados, já tendes diante
A terra de riquezas abundante!

Canto VIII

Na primeira figura se detinha
O Catual que vira estar pintada,
Que por divisa um ramo na mão tinha,
A barba branca, longa e penteada.
Quem era e por que causa lhe convinha
A divisa que tem na mão tomada?
Paulo responde, cuja voz discreta
O Mauritano sábio lhe interpreta:

Canto IX

Tiveram longamente na cidade,
Sem vender-se, a fazenda os dous feitores,
Que os Infiéis, por manha e falsidade,
Fazem que não lha comprem mercadores;
Que todo seu propósito e vontade
Era deter ali os descobridores
Da Índia tanto tempo que viessem                                                               De Meca as naus, que as suas desfizessem.

                 Canto X

         Mas já o claro amador da Larisseia
         Adúltera inclinava os animais
         Lá pera o grande lago que rodeia
         Temistitão, nos fins Ocidentais;
         O grande ardor do Sol Favónio enfreia
         Co sopro que nos tanques naturais
         Encrespa a água serena e despertava                                                                            Os lírios e jasmins, que a calma agrava, 

 


ELETIVA: LÍNGUA PORTUGUESA PARA SPAECE 19/11/2024

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